Descrição
É uma cultivar copa de Vitis labrusca
Origem
Resultado de polinização aleatória quando Vitis viniferas européias foram estabelecidas nos Estados Unidos. Em 1816, em Dorchester (EstadosUnidos), foi levada para o norte do país por Isabella Gibbs e lá difundida por Willina Price. Expandiu-se rapidamente pela costa leste dos Estados Unidos e, entre 1820 e 1830, foi levada para Europa. Por sua origem, é considerada, por alguns autores, como híbrido natural de Vitis labrusca x Vitis vinífera. Porém, geralmente é descrita como uma cultivar Vitis labrusca. Seu processo de introdução na Embrapa Uva e Vinho (Bento Gonçalves / RS) deu-se em 1982, a partir de material procedente da extinta estação de Caxias do Sul, sendo registrado no Banco Ativo de Germoplasma da Videira. Posteriormente, a partir de estacas vegetativas, plantas foram formadas e submetidas ao tratamento térmico in vivo para remoção viral durante três ciclos sequenciais de calor (totalizando 139 dias). Posteriormente a este processo, secções vegetais foram retiradas e estabelecidas in vitro, sendo realizada a regeneração de plantas a partir da extração de meristemas apicais por cultura de tecidos. Estas novas plantas, foram indexadas continuamente por métodos biológicos e moleculares para comprovação de sua sanidade em relação aos principais vírus que infectam a videira, especialmente: os vírus do complexo do enrolamento-da-folha; os vírus do complexo do intumescimento-dos-ramos; o vírus da degenerência-da-videira; o vírus da mancha-das-nervuras e o vírus da caneluras-do-tronco. Em 2005, o material de sanidade superior foi introduzido em Unidade de Validação de Termonúmeros, na Embrapa Uva e Vinho em Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul. Em 2013, depois de confirmada sua normalidade agronômica, identidade genética e sanidade viral; foi solicitada sua inserção no Registro Nacional de Cultivares/MAPA, tendo a Embrapa como uma de suas mantenedoras. Em 2014, ocorreu o primeiro edital de comercialização do material vegetal para constituição de jardins clonais em viveiristas licenciados pela Embrapa
Principais Características:
Tipo prioritário de uso: vinho comum e suco
Características Biológicas: Vigor: alto
Características Morfológicas: Cacho: tamanho pequeno, forma cilindro alado, compacidade solta. Baga: tamanho médio, forma elipsóide, cor preta, polpa mucilaginosa, sabor foxado. Folha adulta: grandes ou médias, cúneo truncadas, inteiras ou trilobadas, seio peciolar em V, seios laterais superiores, quando os há, em V, seios laterias inferiores inexistentes, medianamente brilhantes, espessas, limbo e lobos planos a levemente revolutos, superfícies do limbo bolhosa, crespa no ponto peciolar, ângulo sobre o lobo terminal medianamente agudos, face superior glabra com alguma pilosidade esparsa, face inferior cotonosa e bege e nervuras lanosas também bege. Flores: hermafroditas, estames retos. Ramos: longo, ramificado, resistencia mediana, sendo destaque em tiras compridas, superficie estriada, parcialmente pruinosa, velosidade parcialmente difusa, nós evidentes, marrom-vinhoso, velosidade bege.
Resistência à pragas e doenças: à Antracnose: alta; ao Míldio: moderada; ao Oídio: alta; à Botritys: alta; à Podridão ácida: alta; à Fusariose: moderada; à Filoxera: moderada
Região de adaptação: RS, SC, PR, SP, MG, BA e PE
Outras informações: 'Isabel' é uma cultivar de uva tinta, muito rústica e altamente fértil, proporcionando colheitas abundantes com poucas intervenções de manejo. Tem o sabor característico das labruscas, adaptando-se a todos os usos. Normalmente os produtos elaborados com uvas desta cultivar precisam ser cortados com vinho ou suco de cultivares tintureiras para obtenção de produtos com a intensidade de coloração que o mercado exige.